9 de maio de 2009

Um psicopata - pt.1

Uma pérola da morbidez esta aqui.

Um cabeleireiro especialista em luzes californianas, heterossexual, moderninho e falador, detinha uma variedade de clientes respeitável devido ao trabalho admirável que executava em todos que o procuravam e também, por estar a tanto tempo no ramo, acabou ganhando alguns por simpatia mesmo. Ele era simpático, sim, o era. Quesito básico para qualquer cabeleireiro que preze por oferecer um serviço com um tanto de qualidade. Com isso, o cabeleireiro foi fazendo diversos amigos, transmitindo empatia para as clientes (ele não costumava cortar cabelo de homens), que acabavam confiando segredos íntimos a ele, sempre pedindo uma opinião ou algo do tipo. Elas contavam tudo, desde comentários pervertidos e impuros sobre a noite de ontem como a doença que afligia a pobre da tia de um cunhado querido. Ele ouvia, era seu dever ouvir, ou melhor, fazia parte do seu trabalho. Ficava ali a escutar a cliente a resmungar do elevado preço que pagou num scarpin verde de imitação de couro jacaré que viu em liquidação numa loja bem fashion enquanto corria pelas redondezas de sua casa em busca de perder os 2 “quilinhos” que recém ganhou pois acabara de terminar com o homem que conseguia fazer ela alcançar as nuvens em poucos segundos e segurava a nota como se controlasse todo o processo e mesmo sabendo que isso iria acontecer pois sabia que tinha uma outra “vadia” na praça do bofe que era vegan não por opção, mas sim por respeito a religião oquenãodeixavadeserumaopçãoemesmocomumadietanãotãoequilibrada consblablablablabla.

Mas às vezes ele ouvia algo interessante. Quando ouvia uma fofoca que não colocava a reputação de alguma cliente em risco, ele passava pra frente. Quando ouvia uma fofoca que colocava a reputação de alguma cliente em risco, ele simplesmente mudava os nomes e passava pra frente o boato.

Um causo contado por uma das clientes o fez escutar com mais atenção. Uma aeromoça que trabalhava numa das poucas companhias aéreas brasileiras resolvera sair numa noite de sexta chuvosa com algumas amigas que trabalhavam com ela – umas das quais, tinha o nosso cabeleireiro como personal styler – a fim de se divertir e relaxar, pois se iniciara o término de uma semana um pouco dura. Bom, ao decorrer da noite, a aeromoça acabou por conhecer um gajo carismático que logo a seduziu. Charmoso o rapaz, após passar certo conforto pra menina, quis levar ela pra casa. A perspicaz aeromoça questionou tal convite e disse “não, na sua casa eu não vou, não.” Assim, com todos esses advérbios de negação em excesso, mas logo aceitou um convite para um hotel por perto.

Os dois no hotel se esperava logo que fornicassem, porém a aeromoça (eu coloquei aeromoço e o Word me corrigiu, que preconceito) se fez de difícil e não passou de “fore play” com o romântico rapaz. Beijos foram dados, telefones foram trocados e um posterior encontro foi brevemente marcado. Ok.

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