1 de fevereiro de 2010

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Eu costumava observar o breu do quintal do vizinho enquanto tomava o meu terceiro banho do dia, aos domingos, antes de dormir. Abaixava-me, eventualmente, apenas me encolhia por alguns centímetros para ampliar a visão que tinha da janela do banheiro do apto que locava junto com pseudos conhecidos, desta forma eu conseguia até avistar a rua. Ela era deserta, tudo era quieto naquele local. Quando passava alguém caminhando, taciturno como aquelas noites, eu procurava averiguar atentamente, com meus olhos de gato, cada gesto, movimentos, detalhes, nuances afins. Distrair-me de todo jeito, qualquer. O tempo que nos é tão precioso me custava para passar no cu que morava. Espantei-me diante de uma situação atípica, a qual tive o desprazer e aborrecimento de vivenciar nos arredores do meu buraco. Eram quase zero horas de uma nova segunda e eu andava devagar carregando nas costas minha mochila cheia de roupa molhada e areia, numa molescência de pós-praia. Quase dormia. Trazia comigo também uma sacola que nos dão quando compramos um calçado qualquer, pacote grande de um papel macio que só ao toque da minha mão suada pela sudorese intensa na palma da mesma, provocado por momentos de ansiedade, já se desmanchava como papel toalha na torneira. Os sapatos e calçados diversos saltavam pra fora por cada nova fresta criada pela umidade. Era um malabarismo sem graça. Percebi um vagabundo pedalando sua bicicleta alguns metros de mim, talvez, e digo que era vagabundo pelo jeito que se vestia – e meu pré-julgamento feio era cabível naquele momento, pobre estereótipo que minha consciência fugaz desapropriaria por si só – pelo jeito de se portar, pelo seu maldito jeito de maloqueiro. Tão clichê!

2 de novembro de 2009

Dona Júlia e seu egoísmo assassino - parte final.

Nota: Seria interessante reler as outras partes, demorei pra fechar.

Na posse do seu carro novo, que era um daqueles modelos utilitários, caminhonetes, enorme, o qual foi comprado sabiamente pelo Seu Adamastor, pois sabia que com cadastro no INCRA, desconto teria na aquisição do utilitário, Dona Júlia começou a escutar música e refrescar-se no ar condicionado do carro, ela ainda não sabia como dirigir o automóvel.

Foi que um dia Dona Júlia conversando com a vizinha, sua conhecida invejosa, que atingida por um orgulho bobo, após um comentário solto da “concubina enxerida” - como se referia a ela - que resolveu aprender a dirigir. A vizinha feito perua, olhou no olho da Júlia, empinou o nariz zombeteiramente, contorceu o lado da boca e ironizou:

- Seu marido lhe deu uma bela de uma caminhonete para enfeite, não?

Dona Júlia nervosa se colocou a estudar através de umas fitas K7 que emprestou da biblioteca. “Como Dirigir em Dez Lições”. Na quinta aula já estava dentro do carro, exasperada, duplamente louca, com os olhos saltados de acordada, querendo dirigir. Dizia aos berros, cuspindo: ” Aquela enxerida há de ver, há de escutar, há de cheirar. Ela há de me notar com meu precioso presente e calar aquela boca imunda de sapa." Não lembrava como ligava o carro, como havia aprendido na lição três, esqueceu o que era embreagem, apresentado logo na lição dois. Os freios disponíveis no carro foram confundidos com o acelerador e com o câmbio. Ela então soltou o maldito freio de mão, mas sequer percebeu, embriagada de histerismo, só queria era sair dali para atropelar a vizinha. Correu em direção ao portão para abrí-lo, o carro vinha junto, descia, mas ela não reparava em mais nada, era só emoção, seu racional estava encharcado de emoção. Coração. Quando estava por "deschavear" o cadeado, a caminhonete já pegara velocidade, ela se virou e sentiu um baque no meio do tronco que a fez cair inerte com a cabeça no chão. O carro que era novo se encontrava agora riscado.

Deflorado. Desvirginado.

16 de outubro de 2009

Coelhos são queimados para gerar biocombustível na Suécia

Coelhos estão sendo usados como matéria-prima para a produção de biocombustível para o aquecimento de casas na Suécia.

Os corpos de milhares de coelhos são queimados em uma usina de geração de energia na região central da Suécia.

Os animais vem da capital sueca, Estocolmo. A Prefeitura mata milhares de coelhos anualmente para proteger parques e campos na cidade.

As espécies de coelhos não são nativas da Suécia. De acordo com as autoridades, os coelhos sujam muitos dos espaços verdes da capital.

Como não há animais predadores de coelhos em Estocolmo, a Prefeitura contrata caçadores para matá-los.

Polêmica
Um dos caçadores, Tommy Tuvunger, disse ao site da revista alemã Spiegel que seis mil coelhos foram mortos no ano passado. Neste ano, três mil já foram caçados.

"Eles são um problema muito grande", diz Tuvunger. "Depois de mortos, os coelhos são congelados e, quando temos números suficientes, uma empresa vem e os leva."
Os coelhos são levados para a usina na cidade de Karlskoga, que os queima para fornecer energia para o aquecimento de casas.

Leo Virta, diretor da empresa Konvex, que fornece os coelhos para a usina, desenvolveu uma forma de processar os restos dos animais para a produção de biocombustível com financiamento da União Europeia.

Com a técnica, o corpo do coelho é esmagado, ralado e depois levado a uma caldeira, onde é queimado junto com pedaços de madeira e lixo para geração de calor.

"É um bom sistema, porque resolve o problema de lidar com o lixo animal e gera aquecimento", disse Virta à BBC.

O editor do jornal The Local, de Estocolmo, disse à BBC que a notícia do uso de coelhos para produção de biocombustíveis gera polêmica no país.

"Na cidade onde eles estão sendo queimados, a reação dos moradores é bastante calma", disse o editor James Savage.

"Mas em Estocolmo, existe a preocupação de que os coelhos são bonitinhos. Isso entre algumas pessoas, em especial ativistas de direitos animais, que pensam que esta não é uma boa forma de se tratar coelhos."

Fonte: UOL

1 de setembro de 2009

Dona Júlia e seu egoísmo assassino - parte2

Na puberdade, escondeu da mãe até quando “desceu” pela primeira vez, para não dividir sua vergonha com ninguém. Seu namoradinho primeiro conquistou seus direitos diante de Dona Júlia com tempo e esforço. No início ela só se permitia enviar cartas a ele, sendo que se esforçava para ser monossilábica, depois até aceitou ser tocada, mas que o namorado não suasse a mão, pois teria que lavá-las e gastaria seu sabonete de sebo de porco tão escasso.

Quando mais velha, se casou com um avarento que a conquistou não pelo dinheiro que detinha, mas sim pelo estilo judaico de reter seus fundos. Seu Adamastor, fazendeiro, foi um abuso do destino ou um absurdo da ocasião para ela. Fadada a viver eternamente só (pois ninguém agüentava seus tiques de egoísta), a vil senhora acabou por encontrar um economista com hábitos peculiares: acenava de mão fechada, torrava pão velho para não comprar pão novo, juntava restos de sabonete para fazer um sabonetão, lavava cotonete para reutilizar, guardava água do chuveiro para aproveitar no vaso, comia uma vez no dia para economizar na escovação, que era diária, cheirava a bicarbonato com limão para não sucumbir à modernidade industrializada dos antitranspirantes.

Não puderam ter filho os dois, o que foi bom para eles, pois assim não compartilhariam seu amor com mosquinha imunda alguma. Isolados na fazenda, apenas com os criados - os quais eram muito mal pagos - por perto, viveram uma vida infelizmente feliz. Quando depois de dez anos de amor próprio dividido ocasionalmente entre eles chegou, seu Adamastor resolveu dar um carro para a coroa que acreditava que o sol deveria só nascer na fazenda deles, que a chuva deveria cair quando ela bem entendesse e que se o deus cristão realmente existisse, ela seria então Maria, mas quando descobriu que não a era, resolveu se trancar por dois meses e uma semana no seu quarto de bruxa após mandar tirar todos os espelhos de perto dela, pois não queria se dividir nem consigo mesma.

31 de agosto de 2009

Dona Júlia e seu egoísmo assassino - parte1

Eram oito horas do horário de verão numa cidadezinha do interior do Paraná quando se ouviram os primeiros dobres histéricos do sino da igreja única no coração da vila central, batendo convidativamente pelos fiéis para se apresentaram a missa e, curiosamente, a invitar também Dona Júlia, que acabara de nascer. Seus pais, o Sr. José e a Sra. Gertrudes haviam planejado tudo detalhadamente para o nascimento da filha que era esperada pela família inteira dos progenitores como promessa auspiciosa de dias melhores para os famigerados Sem Terra (não tão famigerados na ocasião), que, na eminência de uma reforma agrária prometida, já se punham a procriar e procriar contando com o ovo, que talvez um dia, sabe-se quem, viria.

Foi numa sexta-feira o ocorrido, a qual viria a ser ensolarada e atingir picos de 32°C sob um céu de lilás infindo, um belo de um ensejo para nascer, uma maravilha de dia para todos, um ato de altruísmo abnegado involuntário, raro, único, por parte da nenê Dona Júlia.

Já na sua fase lactente, Dona Júlia apresentava índices de um egoísmo latente. Não dividia nada com ninguém, nem seus sorrisos, nem suas palavras, nem seus brinquedos. A Sra. Gertrudes teve muita dificuldade para educar menina com tal ego. Um gênio terrível de menina má que foi crescendo e se mascarando dentro de seu corpo fechado para o mundo.

4 de agosto de 2009

Efêmera - Parte 2

Essa era a brincadeira deles: sacanear mendigo. Eles chamavam o ato de dar esperança temporária. O mendigo olhava faminto para a fruta oferecida e caminhava, como se estivesse hipnotizado, hipnotizado de fome, caminhava sem pensar, apenas se lançava em direção ao que lhe era oferecido, algo que poderia saciar seu apetite por alguns instantes. Mariana, a mais despojada das três meninas, estava ali, com o seu rosto passando seriedade, impassivo. Fria como o olhar de um chinês que opta em matar a filha recém-nascida, pois precisa de um menino pra poder ajudar no trabalho. Fria como a atitude dos responsáveis pela liberação do gás de ácido cianídrico nas câmeras dos campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau. O mendigo fitava com água na boca o amarelo-banana. Às vezes Guto desacelerava, deixava o mendigo chegar bem próximo da banana, fazia isso só para provocar Mariana, fazia isto para ver se ela se assustava. Mariana só balançava a banana e repetia, docemente:
- Essa banana vai acabar com teu apetite, querido. Pode pegar, é tua. Vem aqui pegar.

De dez, sete mendigos sempre entravam na piada. De dez mendicantes, sete se sentiam tentados pela carnuda fruta de mentira e a fitavam com água na boca, figurativamente falando, e as seguia incansavelmente como o burro, que procurava abocanhar, sem pensar, a cenoura que foi pendurada numa varinha um pouco a frente de seus olhos, distante o suficiente para ele não alcançá-la. Os demais não se importavam, ou melhor, não caiam na tentação da fome. Na verdade alguns não tinham a mínima força para se movimentar, fracos, permaneciam jogados pelo chão, sem vida, num estado de debilidade muscular completo. Outros, mais vigorosos, recém-mendigos, simplesmente surtavam. De dez sem-abrigos, um sempre surtava. O “Yes Lazy” havia surtado. Surtou não porque notou o humor negro dos jovens. Surtou não porque se sentia injustiçado no país. Surtou não porque perdeu sua família fazia cinco anos exatamente naquele dia. O recém-mendigo surtou, pois estava com muita fome. O pai alcoólatra surtou, pois estava sóbrio e assim sentia novamente sensações fisiológicas comuns. O faminto sem-teto diante da banana de cera que não descascava. Surtou.

2 de agosto de 2009

Efêmera - Parte 1

O texto a seguir não é uma piada. É um conto, se é que posso chamar assim. Uma história quase real.


Mariana balançava a banana no ar. Balançava suavemente segurando em um dos extremos de uma generosa banana prata de cera. Balançava e desenhava círculos imagináveis no ar num certo sincronismo com as palavras que proferia ao mendigo, que olhava, faminto:

- Vem cá, vem. A banana é tua se você pegar. Vem pegar, vem.

Ela estava dentro de um carro vermelho, mas não um vermelho Ferrari, muito menos um vermelho sangue, o carro era de um vermelho maça-do-amor, um vermelho lápis de cor. Quem o dirigia era Guto, dirigia o carro do pai, o qual sempre entregava a chave na mão do menino quando ele dizia que estava a sair com as amigas. O pai se enchia de orgulho. No outro dia, como se fosse uma rotina mantida de bom grado pelo progenitor, vasculhava o carro atrás das camisinhas que havia plantado, maliciosamente, e com bastante cuidado, em diversos locais do carro. Até então, sempre as encontrou no mesmo esconderijo, trazendo um sorriso amargo ao seu rosto, um breve sorriso de merda.

Claro, onde Guto e Mariana estivessem, Patrícia e Gisele teriam que estar também. No automovel estavam os quatro. Guto mantinha o Polo, da Volkswagen a uma velocidade constante, como se o carro andasse assim como se caminha quando se está atrasado para chegar a um compromisso. Mariana permanecia estirada pela janela, com a banana a balançar. Olhava com cara de paisagem, um olhar asentimental - permitam-me o neologismo – direcionado para o mendigo.

O mendigo aparentava ser jovem, as principais características dele podem ser resumidas em duas palavras: mau cheiro. Não que o pedinte fedesse literalmente, embora cheirasse como um tísico após duas enchentes e três dias nublados com sua roupa no corpo, mas, o que caracterizava o seu mau cheiro eram seus detalhes. Barba grossa e bem espalhada, como um bom companheiro de esquerda, consegue imaginar um soviet? então imagine. Olhos enormes com a esclerótica tão amarela quanto os seus dentes, que se resumiam em seis, talvez mais, depende do que podemos considerar um dente, levando em consideração o estado de putrefação do mesmo. Seus lábios eram rachados, carnudos, tanto o lábio superior, como o inferior. Aparentava ser negro, tinha um nariz amassado, com narinas razoavelmente grandes. Sua cor de pele era parda e tinha uma volumosa quantidade de pêlos nos braços, os quais estavam duros de pó. A camiseta que usava deixava à mostra ligeiramente a sua barriga. A roupa era pequena para o seu tamanho, com uma estampa que alegorizava o mendigo por si só. Com o repentino crescimento da procura por roupas de estilo surf, diversas indústrias têxteis brotaram com criações similares com as vistas por indústrias da Austrália ou mesmo norte-america, que fomentam este mercado, porém a similaridade pára no contexto, não se atendo a minúcia. As indústrias brasileiras que buscaram plagiar a idéia de surf wear produziam camisetas com uma imagem de onda ou de um surfista ou de uma prancha ou algo que remetia a praia, a vida no mar, com uma frase escrita em inglês, que remetia a imagem estampada, raramente a frase era escrita gramaticamente correta. “No Work, Yes Lazzy”- essa era a idéia que continha na camiseta.

Tudo acontecia num posto de gasolina desta vez. Após abastecer o carro, buscar algumas cervejas de marca importada na loja de conveniência, comprar dois maços de cigarro, um pacote de chiclete sem açúcar, mas com aspartame, para enganar o cheiro do fumo, o grupo viu no sujeito barbado um bom alvo para passarem o tempo. Mariana estava no carro com uma safada ansiedade.

27 de junho de 2009

Morte do Rei do Pop




Foi foda.

O cara morre, chega no céu e logo solta: "baby jesus, where are you?" - boa arthur.

Ainda dizem que ele morreu por intoxicação mesmo. Teve a infelicidade de comer uma criancinha estragada...
ou será que foi por asfixia??? engasgado num pé de moleque.

mas responde, michael:

um time de futebol: boca juniors

um cantor: jordi

um local: creches




humor mórbido na boca do povo.

15 de junho de 2009

Pulhas virtuais

Você certamente já deve ter ouvido alguma lenda urbana virtual. Você pode sim ter acreditado. Talvez você não tenha tido paciência de estudar o caso por completo. Essas lendas são difundidas por emails, algum desavisado acredita nas “meias-verdades” ou mesmo “meias-mentiras” e encaminha o aviso para todos os seus conhecidos. Pode ter acontecido de você ter lido essa lenda num email antigo, ter se esquecido disto e repassado a informação como se alguém tivesse lhe contado o boato, provavelmente você mencionaria que o fato ocorreu com o primo de um amigo seu, com o cunhado de uma amiga ou exagere ao ponto de colocar um parente próximo na historinha.
Bom, cadê a morbidez do humor? De fato está nas lendas. Três em especial me chamaram atenção, uma eu acreditava até agora, a outra eu duvidava e a terceira eu achei uma piada.

A lenda que me fez estremecer por um tempo, pois a escutei quando era muito novo e tolo, foi a da seringa com HIV. Resumindo, uma pessoa no metrô, cinema ou em outro lugar qualquer – existem diversas variantes da mesma história - sente uma picada nas partes e com o incômodo, levanta da poltrona, cadeira, banco, e verifica no que sentou, notando a presença de um bilhete com o seguinte recado: "Você acaba de ser infectado com HIV" ou mesmo “Bem vindo ao mundo da AIDS”. Piada de muito mau gosto. Imagine! Piada de uma morbidez tremenda. Estudando a mentira descobri que de fato existiu um maníaco da seringa, em Porto Alegre, chamado Miranda. Miranda puto por ter se tornado portador do vírus através de uma mulher começou atacar outras com uma seringa, espetando-as. Uma forma de se vingar, pois estava furioso. Ele foi preso. Acredito que a partir desse caso surgiu a criatividade do mentiroso, o qual me deixou preocupado por alguns anos com essa história macabra.

O segundo caso, que muitos acreditam, muitos, é o caso da latinha infectada pelo leptospira. A versão da lenda diz que alguém bebeu refrigerante, cerveja, em uma lata e apresentou sintomas da doença logo no dia seguinte. Segundo especialistas, a bactéria causadora da leptospirose teria sobrevida de poucas horas após ser expelida pelo rato, além de que o período de incubação da doença varia de 4 a 19 dias. Concluí-se que tal eventualidade pode de fato acontecer, mas seria muito improvável, convenhamos. Mas não por isso deve-se deixar de higienizar a tampa dessas latas de refrigerantes/cerveja, pois outros microorganismos se alojam nelas.

A última pulha virtual que comento neste post é a do caso que ocorreu em Balneário Camboriú, com o irmão de alguém que foi numa balada de nome Ibiza. Cito parte do email que eu recebi e que talvez você também tenha recebido: “Ácido cítrico do limão 'velho' em ação com os conservantes estabilizantes excessivos presentes na cerveja são um paraíso para micro organismos já existentes naturalmente nas cervejas (Sacarovictus Coccus Cevabacillus ativus)
tipo draft. O resultado é a produção de uma toxina altamente nociva ao nosso organismo.”

Pelo que pesquisei, o limão é extremamente sujo e deve ser cuidadosamente higienizado antes do consumo, dizem até que a casca de um limão pode ter uma quantidade de microorganismos nocivos a saúde maior do que o encontrado em banheiros públicos. Quanto a lenda de beber cerveja com limão que é cortado não na hora de consumo e sim algumas horas antes, eu realmente não acreditei, mas também não encontrei nenhuma informação relevante que desminta a lenda. Cabe a você duvidar ou não. Uma grande sacanagem com qualquer admirador de cerveja com limão essa pulha, pois te enche de medo. Que beleza.

A fonte principal destas informações supracitadas eu encontrei neste site bem interessante:

http://www.quatrocantos.com/lendas/

Vale a pena dar uma conferida.

13 de junho de 2009

Vísceras

Para quem ainda não teve a infelicidade de ler este conto que embrulha o estômago, aqui está:

Vísceras ou Guts

Inspire.

Inspire o máximo de ar que conseguir.

Essa estória deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua respiração, e um pouco mais. Então escute o mais rápido que puder.

Um amigo meu aos 13 anos ouviu falar sobre "fio-terra". Isso é quando alguém enfia um consolo na bunda. Estimule a próstata o suficiente, e os rumores dizem que você pode ter orgasmos explosivos sem usar as mãos.
Nessa idade, esse amigo é um pequeno maníaco sexual.
Ele está sempre buscando uma melhor forma de gozar. Ele sai para comprar uma cenoura e lubrificante. Para conduzir uma pesquisa particular. Ele então imagina como seria a cena no caixa do supermercado, a solitária cenoura e o lubrificante percorrendo pela esteira o caminho até o atendente no caixa. Todos os clientes esperando na fila, observando. Todos vendo a grande noite que ele preparou.Então, esse amigo compra leite, ovos, açúcar e uma cenoura, todos os ingredientes para um bolo de cenoura. E vaselina.Como se ele fosse para casa enfiar um bolo de cenoura no rabo.Em casa, ele corta a ponta da cenoura com um alicate. Ele a lubrifica e desce seu traseiro por ela. Então, nada. Nenhum orgasmo. Nada acontece, exceto pela dor.Então, esse garoto, a mãe dele grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para descer, naquele momento.Ele remove a cenoura e coloca a coisa pegajosa e imunda no meio das roupas sujas debaixo da cama.Depois do jantar, ele procura pela cenoura, e não está mais lá. Todas as suas roupas sujas, enquanto ele jantava, foram recolhidas por sua mãe para lavá-las. Não havia como ela não encontrar a cenoura, cuidadosamente esculpida com uma faca da cozinha, ainda lustrosa de lubrificante e fedorenta.
Esse amigo meu, ele espera por meses na surdina, esperando que seus pais o confrontem. E eles nunca fazem isso. Nunca. Mesmo agora que ele cresceu, aquela cenoura invisível aparece em toda ceia de Natal, em toda festa de aniversário. Em toda caça de ovos de páscoa com seus filhos, os netos de seus pais, aquela cenoura fantasma paira por sobre todos eles.
Isso é algo vergonhoso demais para dar um nome.As pessoas na França possuem uma expressão: "sagacidade de escadas." Em francês: esprit de l'escalier. Representa aquele momento em que você encontra a resposta, mas é tarde demais. Digamos que você está numa festa e alguém o insulta. Você precisa dizer algo. Então sob pressão, com todos olhando, você diz algo estúpido. Mas no momento em que sai da festa....Enquanto você desce as escadas, então - mágica. Você pensa na coisa mais perfeita que poderia ter dito. A réplica mais avassaladora.Esse é o espírito da escada.
O problema é que até mesmo os franceses não possuem uma expressão para as coisas estúpidas que você diz sob pressão. Essas coisas estúpidas e desesperadas que você pensa ou faz.Alguns atos são baixos demais para receberem um nome. Baixos demais para serem discutidos.
Agora que me recordo, os especialistas em psicologia dos jovens, os conselheiros escolares, dizem que a maioria dos casos de suicídio adolescente eram garotos se estrangulando enquanto se masturbavam. Seus pais o encontravam, uma toalha enrolada em volta do pescoço, a toalha amarrada no suporte de cabides do armário, o garoto morto. Esperma por toda a parte. É claro que os pais limpavam tudo. Colocavam calças no garoto. Faziam parecer... melhor. Ao menos, intencional. Um caso comum de triste suicídio adolescente.
Outro amigo meu, um garoto da escola, seu irmão mais velho na Marinha dizia como os caras do Oriente Médio se masturbavam de forma diferente do que fazemos por aqui. Esse irmão tinha desembarcado num desses países cheios de camelos, na qual o mercado público vendia o que pareciam abridores de carta chiques. Cada uma dessas coisas é apenas um fino cabo de latão ou prata polida, do comprimento aproximado de sua mão, com uma grande ponta numa das extremidades, ou uma esfera de metal ou uma dessas empunhaduras como as de espadas. Esse irmão da Marinha dizia que os árabes ficavam de pau duro e inseriam esse cabo de metal dentro e por toda a extremidade de seus paus. Eles então batiam punheta com o cabo dentro, e isso os faziam gozar melhor. De forma mais intensa.Esse irmão mais velho viajava pelo mundo, mandando frases em francês. Frases em russo.
Dicas de punhetagem.
Depois disso, o irmão mais novo, um dia ele não aparece na escola. Naquela noite, ele liga pedindo para eu pegar seus deveres de casa pelas próximas semanas. Porque ele está no hospital.Ele tem que compartilhar um quarto com velhos que estiveram operando as entranhas. Ele diz que todos compartilham a mesma televisão. Que a única coisa para dar privacidade é uma cortina. Seus pais não o vem visitar. No telefone, ele diz como os pais dele queriam matar o irmão mais velho da Marinha.Pelo telefone, o garoto diz que, no dia anterior, ele estava meio chapado. Em casa, no seu quarto, ele deitou-se na cama. Ele estava acendendo uma vela e folheando algumas revistas pornográficas antigas, preparando-se para bater uma. Isso foi depois que ele recebeu as notícias de seu irmão marinheiro. Aquela dica de como os árabes se masturbam. O garoto olha ao redor procurando por algo que possa servir. Uma caneta é grande demais. Um lápis, grande demais e áspero. Mas escorrendo pelo canto da vela havia um fino filete de vela derretida que poderia servir. Com as pontas dos dedos, o garoto descola o filete da vela. Ele o enrola na palma de suas mãos. Longo, e liso, e fino.Chapado e com tesão, ele enfia lá dentro, mais e mais fundo por dentro do canal urinário de seu pau. Com uma boa parte da cera ainda para fora, ele começa o trabalho.Até mesmo nesse momento ele reconhece que esses árabes eram caras muito espertos. Eles reinventaram totalmente a punheta. Deitado totalmente na cama, as coisas estão ficando tão boas que o garoto nem observa a filete de cera. Ele está quase gozando quando percebe que a cera não está mais lá.O fino filete de cera entrou. Bem lá no fundo. Tão fundo que ele nem consegue sentir a cera dentro de seu pau.Das escadas, sua mãe grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para ele descer naquele momento.
O garoto da cenoura e o garoto da cera eram pessoas diferentes, mas viviam basicamente a mesma vida.
Depois do jantar, as entranhas do garoto começam a doer. É cera, então ele imagina que ela vá derreter dentro dele e ele poderá mijar para fora. Agora suas costas doem. Seus rins. Ele não consegue ficar ereto corretamente.O garoto falando pelo telefone do seu quarto de hospital, no fundo pode-se ouvir campainhas, pessoas gritando. Game shows.Os raios-X mostram a verdade, algo longo e fino, dobrado dentro de sua bexiga. Esse longo e fino V dentro dele está coletando todos os minerais no seu mijo. Está ficando maior e mais expesso, coletando cristais de cálcio, está batendo lá dentro, rasgando a frágil parede interna de sua bexiga, bloqueando a urina. Seus rins estão cheios. O pouco que sai de seu pau é vermelho de sangue.O garoto e seus pais, a família inteira, olhando aquela chapa de raio-X com o médico e as enfermeiras ali, um grande V de cera brilhando na chapa para todos verem, ele deve falar a verdade. Sobre o jeito que os árabes se masturbam. Sobre o que o seu irmãos mais velho da Marinha escreveu.No telefone, nesse momento, ele começa a chorar.Eles pagam pela operação na bexiga com o dinheiro da poupança para sua faculdade.
Um erro estúpido, e agora ele nunca mais será um advogado.
Enfiando coisas dentro de você.
Enfiando-se dentro de coisas.
Uma vela no seu pau ou seu pescoço num nó, sabíamos que não poderia acabar em problemas.
O que me fez ter problemas, eu chamava de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d'água, sentando no fundo da piscina dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu sentava no fundo por dois, três, quatro minutos.Só de bater punheta eu tinha conseguido uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas gotas.Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina.
Mesmo com o cloro, havia a minha irmã para se preocupar.
Ou, Cristo, minha mãe.
Esse era meu maior medo: minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando a luz a um bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio.
No fim, são as coisas nas quais você não se preocupa que te pegam.
A melhor parte da Pesca Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar nela.Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cú chupado? Mesmo assim, num minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.Num minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação.Num momento eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha irmão no balé. Ninguém estará em casa por horas.Minhas mãos começam a punhetar, e eu paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo.Faço isso de novo, e de novo.Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cú sendo chupado, eu não preciso de mais ar. O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando enrugados por estar tanto tempo na água.E então acontece. As gotas gordas de gozo aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.Médicos de plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro, e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida.As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água também.Ainda nadando, mexendo meus dois braços, eu devo estar na metade do caminho para a superfície mas não estou indo mais longe que isso. O bater do meu coração no meu ouvido fica mais alto e mais forte.As brilhantes fagulhas de luz passam pelos meus olhos, e eu olho para trás... mas não faz sentido. Uma corda espessa, algum tipo de cobra, branco-azulada e cheia de veias, saiu do duto da piscina e está segurando minha bunda. Algumas das veias estão sangrando, sangue vermelho que aparenta ser preto debaixo da água, que sai por pequenos cortes na pálida pele da cobra. O sangue começa a sumir na água, e dentro da pele fina e branco-azulada da cobra é possível ver pedaços de alguma refeição semi-digerida.Só há uma explicação. Algum horrível monstro marinho, uma serpente do mar, algo que nunca viu a luz do dia, estava se escondendo no fundo escuro do duto da piscina, só esperando para me comer.Então... eu chuto a coisa, chuto a pele enrugada e escorregadia cheia de veias, e parece que mais está saindo do duto. Deve ser do tamanho da minha perna nesse momento, mas ainda segurando firme no meu cú. Com outro chute, estou a centímetros de conseguir respirar. Ainda sentido a cobra presa no meu traseiro, estou bem próximo de escapar.Dentro da cobra, é possível ver milho e amendoins. E dá pra ver uma brilhante esfera laranja. É um daqueles tipos de vitamina que meu pai me força a tomar, para poder ganhar massa. Para conseguir a bolsa como jogador de futebol. Com ferro e ácidos graxos Ômega 3.Ver essa pílula foi o que me salvou a vida.Não é uma cobra. É meu intestino grosso e meu cólon sendo puxados para fora de mim. O que os médicos chamam de prolapso de reto. São minhas entranhas sendo sugadas pelo duto.Os médicos de plantão de emergência podem confirmar que uma bomba de piscina pode puxar 300 litros de água por minuto. Isso corresponde a 180 quilos de pressão. O grande problema é que somos todos interconectados por dentro. Seu traseiro é apenas o término da sua boca. Se eu deixasse, a bomba continuaria a puxar minhas entranhas até que chegasse na minha língua. Imagine dar uma cagada de 180 quilos e você vai perceber como isso pode acontecer.O que eu posso dizer é que suas entranhas não sentem tanta dor. Não da forma que sua pele sente dor. As coisas que você digere, os médicos chamam de matéria fecal. No meio disso tudo está o suco gástrico, com pedaços de milho, amendoins e ervilhas.Essa sopa de sangue, milho, merda, esperma e amendoim flutua ao meu redor. Mesmo com minhas entranhas saindo pelo meu traseiro, eu tentando segurar o que restou, mesmo assim, minha vontade é de colocar meu calção de alguma forma.Deus proíba que meus pais vejam meu pau.Com uma mão seguro a saída do meu rabo, com a outra mão puxo o calção amarelo-listrado do meu pescoço. Mesmo assim, é impossível puxar de volta.Se você quer sentir como seria tocar seus intestinos, compre um camisinha feita com intestino de carneiro. Pegue uma e desenrole. Encha de manteiga de amendoim. Lubrifique e coloque debaixo d'água. Então tente rasgá-la. Tente partir em duas. É firme e ao mesmo tempo macia. É tão escorregadia que não dá para segurar.Uma camisinha dessas é feita do bom e velho intestino.Você então vê contra o que eu lutava.Se eu largo, sai tudo.Se eu nado para a superfície, sai tudo.Se eu não nadar, me afogo.É escolher entre morrer agora, e morrer em um minuto.O que meus pais vão encontrar depois do trabalho é um feto grande e pelado, todo curvado. Mergulhado na árgua turva da piscina de casa. Preso ao fundo por uma larga corda de veias e entranhas retorcidas. O oposto do garoto que se estrangula enquanto bate uma. Esse é o bebê que trouxeram para casa do hospital há 13 anos. Esse é o garoto que esperavam conseguir uma bolsa de jogador de futebol e eventualmente um mestrado. Que cuidaria deles quando estivessem velhinhos. Seus sonhos e esperanças. Flutuando aqui, pelado e morto. Em volta dele, gotas gordas de esperma.Ou isso, ou meus pais me encontrariam enrolado numa toalha encharcada de sangue, morto entre a piscina e o telefone da cozinha, os restos destroçados das minhas entranhas para fora do meu calção amarelo-listrado.Algo sobre o qual nem os franceses falam.Aquele irmão mais velho na Marinha, ele ensinou uma outra expressão bacana. Uma expressão russa. Do jeito que nós falamos "Preciso disso como preciso de um buraco na cabeça...," os russos dizem, "Preciso disso como preciso de dentes no meu cú......Mne eto nado kak zuby v zadnitse.Essas histórias de como animais presos em armadilhas roem a própria perna fora, bem, qualquer coiote poderá te confirmar que algumas mordidas são melhores que morrer.Droga... mesmo se você for russo, um dia vai querer esses dentes.Senão, o que você pode fazer é se curvar todo. Você coloca um cotovelo por baixo do joelho e puxa essa perna para o seu rosto. Você morde e rói seu próprio cú. Se você ficar sem ar você consegue roer qualquer coisa para poder respirar de novo.Não é algo que seja bom contar a uma garota no primeiro encontro. Não se você espera por um beijinho de despedida. Se eu contasse como é o gosto, vocês não comeriam mais frutos do mar.É difícil dizer o que enojaria mais meus pais: como entrei nessa situação, ou como me salvei. Depois do hospital, minha mãe dizia, "Você não sabia o que estava fazendo, querido. Você estava em choque." E ela teve que aprender a cozinhar ovos pochê.Todas aquelas pessoas enojadas ou sentindo pena de mim....Precisava disso como precisaria de dentes no cú.Hoje em dia, as pessoas sempre me dizem que eu sou magrinho demais. As pessoas em jantares ficam quietas ou bravas quando não como o cozido que fizeram. Cozidos podem me matar. Presuntadas. Qualquer coisa que fique mais que algumas horas dentro de mim, sai ainda como comida. Feijões caseiros ou atum, eu levanto e encontro aquilo intacto na privada.Depois que você passa por uma lavagem estomacal super-radical como essa, você não digere carne tão bem. A maioria das pessoas tem um metro e meio de intestino grosso. Eu tenho sorte de ainda ter meus quinze centímetros. Então nunca consegui minha bolsa de jogador de futebol. Nunca consegui meu mestrado. Meus dois amigos, o da cera e o da cenoura, eles cresceram, ficaram grandes, mas eu nunca pesei mais do que pesava aos 13 anos.Outro problema foi que meus pais pagaram muita grana naquela piscina. No fim meu pai teve que falar para o cara da limpeza da piscina que era um cachorro. O cachorro da família caiu e se afogou. O corpo sugado pelo duto. Mesmo depois que o cara da limpeza abriu o filtro e removeu um tubo pegajoso, um pedaço molhado de intestino com uma grande vitamina laranja dentro, mesmo assim meu pai dizia, "Aquela porra daquele cachorro era maluco."Mesmo do meu quarto no segundo andar, podia ouvir meu pai falar, "Não dava para deixar aquele cachorro sozinho por um segundo...."E então a menstruação da minha irmã atrasou.Mesmo depois que trocaram a água da piscina, depois que vendemos a casa e mudamos para outro estado, depois do aborto da minha irmã, mesmo depois de tudo isso meus pais nunca mencionaram mais isso novamente.Nunca.
Essa é a nossa cenoura invisível.
Você.
Agora você pode respirar.
Eu ainda não.

By Chuck Palahniuk (Clube da Luta, Asfixia)

16 de maio de 2009

Exemplo de necrofilia.

Com os dois últimos posts, a galera fã assídua deste blog acabou por ficar com algumas dúvidas quanto o que seria a tal de necrofilia. A fim de esclarecer aos mórbidos de plantão (talvez meio, quiçá 0,75), coloco no blog uma imagem de exemplo, como todos sabemos, uma imagem vale por mil palavras, não?



Acima vemos o rato traçando a ratinha, ratinha que iremos chamar de Minie, mas ela não chamava Minie. O rato vai ser o Mickey, aquele do Valdisnei.
A imagem nos traz explicitamente um exemplo de necrofilia. Mickey, que inúmeras vezes tentou enrabar a Minie, decepcionado, tramou para cima dela, armando uma ratoeira com uma fatia de queijo generosa daqueles que vem na lata, queijo do reino, tipo gouda. A Minie, faminta, não hesitou em ir morder o queijo. Morreu com o pescoço esmagado, mas com a bundinha virada pra lua. Mickey então realizou suas fantasias, mesmo com o cheirinho podre da Minie, Mickey, o necrófilo, se satisfez.

15 de maio de 2009

Um psicopata - pt.2

Já pela manhã do outro dia, após uma noite de descanso merecida, a aeromoça foi ao trabalho. Chegando ao aeroporto notou que em sua boca começara a brotar pontinhos brancos de pus, ou berne, ou algo com aparência desagradável que dava vontade de espremer, mas ao mesmo tempo dava nojo. Ficou preocupada e prontamente foi procurar um médico.
O médico após analisar brevemente a “alergia” que surgiu na boca da aeromoça deu seu diagnóstico que, apesar de precipitado, pois nenhum exame havia sido feito, foi conclusivo e, posteriormente, certeiro. Sua experiência respondeu a preocupação da moça. Empolgado, com um riso de escarninho que despontou subitamente no seu rosto teso, indagou a aeromoça:
- Você se relacionou sexualmente com alguém nas últimas 72 horas, linda? – Mas o “linda” soou tão irônico, que a protagonista da tragédia começou a ficar irritadiça. Respondeu falando a verdade, assustada, com o coração triste, e com uma angústia que começava a atacar seu estômago:
- Sim, senhor doutor. Ontem mesmo saí com um homem que acabara de conhecer. O que me diz? Eu estou nervosa...é algo grave? Crônico?
Neste momento o semblante do doutor começou a se alterar vagarosamente. Ele mesmo, inicialmente, não acreditava na possibilidade, todavia estava diante de algo que era sim possível e as evidências eram palpáveis, cabíveis. Ele então se aproximou da boca estourada e com um movimento ágil e preciso espremeu uma bolha, retirando um líquido pastoso de tom verde claro, mas não verde claro como da casca de uma maça verde bem cuidada, e sim verde claro como de um catarro vindo bem do fundo da garganta de um ranhento qualquer.
- Esta inflamação é causada por bactérias saprófitas. Esse rapaz que você se encontrou, é possível você ver ele novamente? Você ficou com algum contato dele?
- Sim, senhor doutor.
- Nós vamos contatar a polícia e você vai ter que conseguir marcar um encontro com este rapaz. Essas bactérias que se encontram ao redor de toda sua boca só são encontradas em defuntos...em defuntos, senhorita! – Exclamou o doutor, preocupado com a parafilia alheia e pedindo licença para ir ali vomitar e já voltar.
Assim ocorreu. Para a polícia eles ligaram, o encontro com o necrófilo em potencial foi marcado. Pego em flagrante pelos agentes da lei que encontraram dois corpos, em um freezer daqueles de sorveteria, de duas belas moças com características parecidas com a da azarada aeromoça. Coitada. Traumatizada, ainda sofre de intolerância de lembranças mórbidas, a fazendo despertar no meio da noite para regojitar garbosamente, dentro do vaso, com um lencinho na mão, para limpar eventuais sujeiras nos seus lábios, ou aquelas que, às vezes, sobram no queixo.

9 de maio de 2009

Um psicopata - pt.1

Uma pérola da morbidez esta aqui.

Um cabeleireiro especialista em luzes californianas, heterossexual, moderninho e falador, detinha uma variedade de clientes respeitável devido ao trabalho admirável que executava em todos que o procuravam e também, por estar a tanto tempo no ramo, acabou ganhando alguns por simpatia mesmo. Ele era simpático, sim, o era. Quesito básico para qualquer cabeleireiro que preze por oferecer um serviço com um tanto de qualidade. Com isso, o cabeleireiro foi fazendo diversos amigos, transmitindo empatia para as clientes (ele não costumava cortar cabelo de homens), que acabavam confiando segredos íntimos a ele, sempre pedindo uma opinião ou algo do tipo. Elas contavam tudo, desde comentários pervertidos e impuros sobre a noite de ontem como a doença que afligia a pobre da tia de um cunhado querido. Ele ouvia, era seu dever ouvir, ou melhor, fazia parte do seu trabalho. Ficava ali a escutar a cliente a resmungar do elevado preço que pagou num scarpin verde de imitação de couro jacaré que viu em liquidação numa loja bem fashion enquanto corria pelas redondezas de sua casa em busca de perder os 2 “quilinhos” que recém ganhou pois acabara de terminar com o homem que conseguia fazer ela alcançar as nuvens em poucos segundos e segurava a nota como se controlasse todo o processo e mesmo sabendo que isso iria acontecer pois sabia que tinha uma outra “vadia” na praça do bofe que era vegan não por opção, mas sim por respeito a religião oquenãodeixavadeserumaopçãoemesmocomumadietanãotãoequilibrada consblablablablabla.

Mas às vezes ele ouvia algo interessante. Quando ouvia uma fofoca que não colocava a reputação de alguma cliente em risco, ele passava pra frente. Quando ouvia uma fofoca que colocava a reputação de alguma cliente em risco, ele simplesmente mudava os nomes e passava pra frente o boato.

Um causo contado por uma das clientes o fez escutar com mais atenção. Uma aeromoça que trabalhava numa das poucas companhias aéreas brasileiras resolvera sair numa noite de sexta chuvosa com algumas amigas que trabalhavam com ela – umas das quais, tinha o nosso cabeleireiro como personal styler – a fim de se divertir e relaxar, pois se iniciara o término de uma semana um pouco dura. Bom, ao decorrer da noite, a aeromoça acabou por conhecer um gajo carismático que logo a seduziu. Charmoso o rapaz, após passar certo conforto pra menina, quis levar ela pra casa. A perspicaz aeromoça questionou tal convite e disse “não, na sua casa eu não vou, não.” Assim, com todos esses advérbios de negação em excesso, mas logo aceitou um convite para um hotel por perto.

Os dois no hotel se esperava logo que fornicassem, porém a aeromoça (eu coloquei aeromoço e o Word me corrigiu, que preconceito) se fez de difícil e não passou de “fore play” com o romântico rapaz. Beijos foram dados, telefones foram trocados e um posterior encontro foi brevemente marcado. Ok.